"Passei num concurso dos sonhos estudando sozinho" - Leia

Rodrigo em frente do prédio onde trabalha - Foto: arquivo pessoal 
"Me tornei analista do Banco Central e ganho mais de R$ 10 mil por mês. Veja como me dei bem nas provas e aproveite as 7 554 vagas que abriram."
Dono da história: Rodrigo Andolfato, 31 anos, analista do Banco Central, Brasília, DF 

Comecei a trabalhar aos 21 anos como operador de micro. Eu ganhava uns R$ 580 e fazia o turno da madrugada porque ia para a faculdade de Administração de dia. Já naquela época, sonhava em me tornar analista do Banco Central, um cargo público disputado, com salário de mais de R$ 10 mil. Parecia uma meta distante para quem morava em um quartinho de cortiço e só andava de ônibus.

Pra piorar, eu nunca fui um bom aluno. Trabalhando de madrugada, meu desempenho na faculdade desabou. Quis largar, mas uma professora me aconselhou: ''Não faça como caranguejo, que não anda pra frente''. Levei sete anos, mas me formei.
Passei no Banco do Brasil, mas não gostei

Ainda na faculdade prestei e passei no concurso para escriturário do Banco do Brasil. Eu estudava no ponto do ônibus ou enquanto aguardava algo ser impresso no serviço. Quando tinha um tempo livre, eu ia pra biblioteca. Mesmo sem ter dinheiro para livros, consegui baixar apostilas na internet. Virei noites... Mas tive que esperar um ano para ser chamado, mesmo ficando 65o lugar de 6 mil candidatos. Isso é comum em concursos.

Fui parar numa agência em uma cidade isolada, com apenas 5 mil habitantes. Era horrível, eu trabalhava demais, tinha um chefe chato e metas impossíveis. Desisti dois meses depois. Nessa época, as pessoas diziam: ''Ele sabe estudar, mas não sabe trabalhar''. Mas tem uma coisa que aprendi sobre concursos: se você perceber que não é o que você busca, siga em frente, não se acomode!

Aos 27 anos, voltei para a casa dos meus pais desempregado. Vendi meu Uno velho e fui estudar para novas provas. Sozinho, tive que ser o mais autodidata dos estudantes. Toda quarta-feira eu ia bem cedo a um cybercafé. Lia os fóruns sobre concursos e comprava algumas apostilas pela internet. Ia aos sebos em busca de revistas e livros usados. Na livraria, só os fundamentais.

3 mil candidatos para 36 vagas!

Nesse começo, prestei dois concursos. Um para a Agência Nacional de Cinema (Ancine) e outro para o Ministério do Planejamento. Passei perto, mas não fui aprovado. Então, no sexto mês de estudos, saiu o edital do concurso do Banco Central, o cargo dos meus sonhos. Eu tinha três meses pela frente. Montei um cronograma de estudos e fui à luta. Eram 3 mil candidatos para 36 vagas.

No meio do caminho, prestei um concurso para a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A concorrência também era feroz: 150 candidatos por horas de estudo por dia. Semanas depois tive dupla felicidade. Fui aprovado no Banco Central em 107o e em 2o na Cemig!

Em quatro meses fui chamado para assumir meu cargo em Belo Horizonte na companhia energética. Enquanto isso, acompanhava ansioso as convocações para o BC. Finalmente, faltando apenas dois dias para o fim da validade do concurso, que era de dois anos, fui chamado e me tornei analista do Banco Central do Brasil. O meu sonho se realizou!

4 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns!!! Mesmo dizendo que vc não era um aluno bom, vc foi determinado, tinha um objetivo e conseguiu!! Vc, Ricardo Freitas, é a pessoa da história??

Ricardo Freitas disse...

Ola Drika.., não, não sou eu na história, eu vi a matéria e achei interessante, pois trata-se de uma pessoa q estudou sozinha e conseguiu, isso mostra que nós que estudamos sozinhos, também temos capacidade para tal. Obrigado.

Anônimo disse...

Ah tá....não é fácil estudar sozinho, e histórias assim nos mostram que é possível se realmente colocarmos nosso coração e mente a nosso favor. Mas e o nome dele? Tinha que ter! :)

Anônimo disse...

O nome dele está lá no começo. É só procurar.